sábado, 11 de setembro de 2010

Tintim volta a ser Tintin


O regresso à designação original é uma das maiores novidades das traduções de Tintin que a ASA começa a publicar já a partir do final do mês. Atingir um público-alvo mais jovem é o objectivo prioritário da renovada série de álbuns.

O repórter mais célebre de sempre – embora poucas vezes tenha sido visto numa redacção... – vai voltar a estar em destaque nas livrarias portuguesas, graças a um ambicioso plano de reedição que conhece o primeiro capítulo nas próximas semanas.

Nos seis volumes inaugurais de uma lista de 24, já serão bem visíveis as alterações introduzidas. Além do fim do aportuguesamento do nome (mudança polémica, que, na altura, desagradou aos fãs mais acérrimos do herói belga), os leitores aperceber-se-ão sem dificuldade do novo formato adoptado e de uma tradução também renovada, mudanças que pretendem ser “apelativas para um público mais novo”.

“Quisemos dar mais atenção à linguagem, dar-lhe uma sequência, condensar as ideias sem encher muito os balões”, afirmou, à Lusa, a responsável pela banda desenhada na ASA, Maria José Pereira.

O ritmo de publicação já foi decidido pela editora pertencente ao Grupo Leya, que decidiu manter a ordem cronológica. Assim, entre os primeiros álbuns disponíveis, vão estar títulos marcantes como “Tintin no país dos sovietes”, “Tintin no Congo” e “Tintin na América”.

A segunda leva de álbuns vai chegar dois meses depois, prevendo-se que a reedição fique completa em Outubro do próximo ano, não por acaso o mês em que estreia a muito aguardada adaptação cinematográfica. O projecto tem a assinatura de Steven Spielberg, confesso admirador das histórias de espionagem protagonizadas por Tintin.

O realizador adquiriu os direitos ao próprio Hergé pouco antes do falecimento deste, em 1983, mas só recentemente viu reunidas as condições imprescindíveis, ao conseguir o envolvimento de Peter Jackson num projecto que prevê a estreia de três filmes até 2013. Daniel Craig é um dos actores confirmados para a trilogia, que recorre às técnicas de computação gráfica e “motion capture”.

O novo fôlego das aventuras de Tintin vai ser assinalado também neste mês numa celebração, sem data e local ainda definidos, que pretende reunir dezenas de leitores do jornalista politicamente empenhado.

Com a “aquisição” de Tintin, a ASA reforça a liderança nacional no segmento da banda desenhada. Astérix, Gaston Lagaffe, Blake & Mortimer e Lucky Luke são alguns dos heróis presentes no catálogo da editora fundada por Américo Sá Areal.

Maria José Pereira admite que as negociações com a Casterman que determinaram a saída de Tintin da Verbo – editora que publicava estes livros desde o final da década de 80 – não foram fáceis. “As conversas arrastaram-se por mais de um ano”, confessa a responsável, que “há muito tempo” acalentava o sonho.

fonte: JN

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